terça-feira, 20 de dezembro de 2011

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Alegria: A força dos incansáveis, o segredo das criancinhas


A fé remove montanhas, enquanto a alegria nos ajuda a transpor aquela montanha que insiste em não sair do lugar! Os primeiros dois anos da experiência humana são cheios de grandes obstáculos. Começa com uma série de grandes desafios: aprender a mamar, engatinhar, levantar e se sustentar, andar e se comunicar. Para o bebê, quando a mamãe aparece, ela existe; quando ela desaparece, não existe. Ele tem de aprender que algo existe mesmo quando ele está não vendo. Tarefa fácil para ele? O choro desconsolado de um bebê “abandonado” diz tudo.

Dois comportamentos são universais nessa fase tão exigente do desenvolvimento humano: o choro e o riso. As crianças sempre praticaram o que os cientistas hoje acreditam ser formas muito importantes para se lidar com o estresse e com as circunstâncias difíceis da vida. Portanto se quisermos enfrentar grandes obstáculos, precisamos fazer como os bebês: às vezes chorar, às vezes rir, e sempre que possível chorar de tanto rir!

De que alegria estamos falando?
É comum confundirmos o estado interno de alegria com suas expressões externas que incluem o riso, a brincadeira, o senso de humor. O bebê não sabe mentir, portanto o seu riso significa alegria, prazer, contentamento. O choro, por sua vez, demonstra desconforto, medo, ansiedade, dor.

Mas o adulto é muito bom no engano. É possível estarmos tristes, abatidos, e mesmo assim continuarmos nos comportando como se estivéssemos alegres. As crianças são as primeiras a notar que não estamos bem.

A alegria é um contentamento profundo que não está limitado ou totalmente determinado pelas circunstâncias. Olhando pela perspectiva cristã, a alegria é um dom de Deus e, como todos os outros dons, pode ser experimentada mesmo diante de grandes dificuldades. Se a vida nos obriga a subir a montanha, que encaremos a subida com bom humor e entusiasmo!

É assim que as criancinhas fazem. O bebê expressa profundo contentamento quando, ao terminar de mamar, fecha os olhinhos e dá um suspiro satisfeito. E o prazer de brincar com água? Na água, ele expressa uma alegria travessa que acha uma delícia a descoberta e as novas sensações. O bebê celebra a chegada de cada pessoa amada fazendo festa com os bracinhos para cima e uma risada gostosa.

“As crianças acham tudo em nada, os homens não acham nada em tudo”1, afirmou Giacomo Leopardi, poeta italiano do século 19. Talvez seja por isso que Jesus insistiu em lembrar o que o salmista já havia dito: “Da boca de pequeninos e crianças de peito tiraste perfeito louvor” (Mt 21.16).

Por que a alegria é importante em nosso trabalho?
Primeiro, porque um ambiente alegre pode evitar que a criança perca sua alegria natural. A criança é alegre por natureza. São modelos para nós. Por outro lado, é fato que as crianças também olham para nós como modelos do que será apropriado para elas quando se tornarem pessoas adultas. É comum acharem que adultos não choram. Já pensou que triste se o nosso mau humor levar uma criança a pensar que os adultos além de não chorarem também não se divertem, não gostam de rir, não brincam, não acham graça em nada, não se alegram?

Precisamos então reaprender com as crianças a desfrutar todas as coisas simples ao nosso redor e exercitar o bom humor.

“O bom humor espalha mais felicidade que todas as riquezas do mundo. Vem do hábito de olhar para as coisas com esperança e de esperar o melhor e não o pior”, diz Alfred Montapert, escritor francês2. Será que ele andou lendo os sábios do mundo antigo? “O coração alegre é bom remédio, mas o espírito abatido faz secar os ossos” (Pv 17.22).

Mais importante ainda é servir de modelo para aquelas crianças que já assimilaram o cinismo, a desesperança e a apatia do ambiente agressivo e pouco acolhedor que as cerca.

Segundo, porque a alegria é um fator importante que gera resiliência3 nas crianças.

Veja o que diz a psiquiatra Alicia Gorgal sobre o senso de humor: “Ele implica o reconhecimento da imperfeição, do sofrimento, e permite reconhecer a dor sem deixar-se destruir por ela. Crescer e viver em ambientes nos quais o senso de humor é promovido, nos quais desfrutar, criar, rir e sonhar fazem parte do cotidiano, favorece a aceitação dos fracassos, a confiança, mesmo quando as coisas saem mal, a criatividade e a possibilidade de aceitar a imperfeição em si mesmo e nos outros, sem que isso nos destrua”.4

Terceiro, porque o riso, a alegria e a descontração são contagiantes e formam elos de amizade muito importantes entre as pessoas. Nós nos lembramos muito mais facilmente dos adultos alegres da nossa infância do que dos “estraga-prazeres”.

De que forma podemos cercar nossas crianças com a alegria?
São tantas as formas, que não seria possível enumerar todas. Só o fato de estar aberto para as crianças já é um bom começo. Mas podemos citar mais algumas:

Colocar a criança em contato com pessoas alegres. Ou seja, não é só o educador social que precisa ser uma pessoa de bem com a vida. Cozinheiras, encarregados de limpeza, recepcionistas, motoristas, todos que estão ali servem como espelhos para as crianças. E aqui cabe uma auto-avaliação séria: se você não gosta do que faz, não se realiza nesse trabalho, será que não seria melhor procurar uma outra ocupação? Às vezes o problema é mais circunstancial, relacionado a uma fase que estamos vivendo. Nestes casos precisamos buscar ajuda e tentar resolver nossas insatisfações o mais rápido possível, antes que o nosso “azedume” contamine as crianças.

Proporcionar um ambiente em que a leveza, a descontração, a liberdade de expressão e o bom humor são valorizados. Não há nada que mate mais a alegria em qualquer ambiente que o conflito, a disputa, a falta de integração na equipe. Uma equipe integrada, onde cada um respeita as competências e as limitações uns dos outros, tem prazer no trabalho que realiza como um todo. Isto significa que a equipe precisa criar vínculos de amizade e camaradagem. É importante investir tempo em reuniões de planejamento, monitoramento e avaliação. Mas não vamos nos esquecer de proporcionar também momentos de lazer e recreação para nós mesmos enquanto equipe.

Utilizar a recreação, o jogo, a brincadeira como linguagem privilegiada no trabalho com as crianças. O antropólogo e educador popular Tião Rocha, fundador do Centro Popular de Cultura e Desenvolvimento (CPCD), conta que no começo de seu trabalho, na região de Curvelo (MG), ele se fez a seguinte pergunta: é possível fazer educação de qualidade debaixo de uma mangueira? Tião conta que reuniu vários livros infanto-juvenis e colocou-os à sombra de uma árvore. Ao lado reuniu um monte de sucata. Desafiava as crianças a lerem os livros e em seguida inventarem algo com as sucatas. As crianças começaram a responder positivamente. Era divertido. No caso das que ainda não sabiam ler, ele mesmo lia para elas. Depois de algum tempo, uma professora da rede pública veio conversar com ele: “Por que meu aluno anda vários quilômetros para vir aqui ler sendo que ele não quer ler na escola?”. Tião respondeu: “É muito simples: lá é dever, aqui é prazer”.

Não é possível exercermos um impacto positivo sobre as crianças sem levarmos em conta como elas são, o que dizem e o que querem. Uma coisa é certa: elas não querem a tristeza. E, graças a Deus, a alegria é uma promessa acessível a todos: “Mas aqueles que esperam no Senhor renovam as suas forças. Voam alto como águias; correm e não ficam exaustos, andam e não se cansam” (Is 40.31, NVI). Quem espera no Senhor faz duas coisas que toda criança contente adora fazer: andar e correr. E a terceira coisa vem como brinde: voar!
























Notas
1. www.pensamentos.aaldeia.net.
2. Idem.
3. Resiliência é um termo psicológico usado para descrever um conjunto de
qualidades de certas pessoas que promove a adaptação e transformação saudável
apesar do risco e da adversidade.
4. Mãos à Ofi cina, pág 29.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Oficina treina educadores e adolescentes contra os maus-tratos


Adolescente "vacina" adultos contra os maus-tratos

37 pessoas (25 educadores e 12 adolescentes) participaram da oficina “Como realizar a campanha de vacinação contra os maus-tratos” em Sorocaba (SP) nos dias 9 a 11 de novembro. A campanha foi idealizada pela Juventud para Cristo do Uruguai, que enviou dois educadores para ministrar o conteúdo do evento: o psicólogo Alberto Vazquez e a assistente social Luciana Noya. A campanha já foi realizada em diversos países, entre eles, Peru, Equador e Bolívia. Esta oficina fez parte das atividades da Campanha Latino-americana pelos Bons Tratos da Criança, organizada pelo Movimento Cristão Juntos Por La Niñez. No Brasil, ela é liderada pela Rede Mãos Dadas.

Com uma metodologia participativa e divertida, os presentes aprenderam a importância de valorizar a criança e como defendê-la contra a violência. Alberto Vazquez diz que a proposta é orientar as próprias crianças e adolescentes das instituições, para que eles sejam os protagonistas da campanha. “São eles que fazem o convite aos adultos, para começar a conscientização e mudança de hábito. A participação deles é o diferencial”, afirmou.

A oficina foi encerrada com a realização da Campanha de Vacinação contra os Maus-tratos nas ruas de Sorocaba. Com caras pintadas, vestindo a camisa da campanha e distribuindo folhetos e balas, os participantes da oficina abordaram dezenas de pessoas nas ruas e praças. Com alegria, foi possível transmitir a mensagem contra a violência de crianças e adolescentes.

Grupo sai pelas ruas na Campanha de Vacinação contra os Maus-tratos

Para Carlos Más, diretor da Associação Refúgio e coordenador da Campanha Latino-americana pelos Bons Tratos da Criança no Brasil, a oficina “foi um sucesso. Tivemos várias organizações participando, vindas de cinco Estados e um bom número de adolescentes e jovens. Alberto e Luciana cativaram a todos com a forma descontraída e, ao mesmo tempo, profunda com que desenvolveram os temas que cercam a campanha”.

A oficina foi organizada pela Associação Crianças de Belém, Associação Refúgio, Exército de Salvação, Programa CLAVES, Rede Mãos Dadas, com o patrocínio da Secretaria Municipal de Juventude de Sorocaba (SP), e o apoio da Igreja Presbiteriana Filadelfia e o Projeto Morumbi.

Adolescentes participaram de oficina contra maus-tratos

As organizações que participaram da oficina foram as seguintes: Programa Claves Brasil (SP), Casa de Assistência Filadélfia (SP), Visão Mundial (PE), Associação Beneficente Filádélfia (SP), Exército da Salvação (SP), GRASA – Grupo de Apoio ao Combate a Droga e Álcool Santo Antônio (Sorocaba), Secretaria da Juventude (Sorocaba), Associação Bom Pastor (Sorocaba), Igreja Presbiteriana de Viçosa (MG), Cristã da Família (SP), Edificando Cristo (SP), Exército da Salvação (SC), Prefeitura de Sorocaba – NAIS (Sorocaba), Exército da Salvação (RJ), Centro Evangélistico Vale da Benção (Araçariguama – SP).

Crédito das fotos: Alexandre Gonçalves. Veja o álbum completo aqui

Clique aqui e baixe a cartilha sobre como realizar a Campanha de Vacinação contra os Maus-tratos

sábado, 1 de outubro de 2011

O tamanho do desafio

O tamanho do desafio
Família

No mundo:
- 100 milhões de crianças e adolescentes passam a maior parte do seu tempo nas ruas;
- 13 milhões de crianças e adolescentes se tornam órfãos devido a AIDS;
- 750 mil crianças e adolescentes no Reino Unido não vêem seus pais por causa do materialismo.

No Brasil:
- 35,9% da população total é constituída por crianças e adolescentes (de 0 a 17 anos). Em números absolutos, são 61 milhões de crianças e adolescentes;
- Uma em cada três famílias com crianças de 0 a anos (30,5%) vive com uma renda familiar per capita igual ou inferior a meio salário-mínimo, ou seja, R$ 3,00 por dia por pessoa.
- Um em cada cinco bebês nascidos são de mães adolescentes. A porcentagem de gravidez durante a adolescência subiu 15,3% em 1991 para 20% em 2002.


Educação

No mundo:
- 130 milhões de crianças e adolescentes não têm acesso à educação;
- Na Índia, 100 milhões de crianças e adolescentes abandonam a escola;
- A Tanzânia gasta 9 vezes seu orçamento com a saúde e 4 vezes seu orçamento com a educação, com o pagamento de dívidas.

No Brasil:

- A cada ano, 30 mil adolescentes passam por entidades de privação de liberdade. Cerca de 60% deles estão cumprindo penas inadequadas e sendo submetidos a medidas sócio-educativas ineficazes;
- Em 2002, 11,73% dos estudantes do Ensino Fundamental e 9,09% do Ensino Médio foram reprovados. Os números representam 4,8 milhões de reprovações entre os 51 milhões que terminaram o Ensino Básico em 2002.


Alimentação e Saúde

No mundo:

- 160 milhões de crianças são mal nutridas;
- 600 milhões de crianças vivem com menos de um dólar por dia;
- 2 milhões de crianças morrem todos os dias por não terem sido imunizadas;
- 30 mil crianças morrem a cada dia de doenças que poderiam ser evitadas;
- 250 mil crianças e adolescentes são infectados pelo vírus da AIDS a cada mês;
- A cada ano, 40 milhões e crianças morrem vítimas do aborto.

No Brasil:

- 4,7% das crianças e adolescentes apresentam algum tipo de deficiência. A incapacidade ou grande dificuldade permanente de enxergar é a deficiência de maior ocorrência;
- Em 2000, morreram, em média, 30 crianças antes de completar um ano de idade, por mil nascidas vivas;
- Cerca de 500 mil crianças com até cinco anos morrem anualmente no Brasil, sendo que 30% das mortes são causadas por diarréia;
- Há 36,8 mil jovens, com idade entre 13 e 14 anos, portadores do vírus da Aids. Desses, 23,3 mil são homens e 13,6 mil, mulheres. A maioria é heterossexual e contraiu o HIV durante relações sexuais;
- A mortalidade infantil na região do semi-árido brasileiro é superior à média nacional em 95% das suas cidades; e cerca de 33,8% dos óbitos das crianças com menos de um ano ocorrem por doenças que poderiam ser evitadas - grande parte devido à carência nutricional.


Exploração


No mundo:
- 250 milhões de crianças e adolescentes trabalham em todo o mundo;
- 300 mil adolescentes, com menos de 18 anos de idade, são explorados como soldados;
- 10 milhões de crianças e adolescentes são vítimas da indústria do sexo.

No Brasil:

- Cerca de 20 mil crianças e adolescentes, com idades entre 10 e 16 anos servem ao narcotráfico;
- Mais de meio milhão de crianças, com idade entre 10 e 17 anos, são exploradas como trabalhadoras domésticas.


Fontes: UNICEF, ONU, Fundação Getúlio Vargas, Family Policies Study Center, The Hindu, UN, World Vision, ILO, IBGE, Organização Internacional do Trabalho, Ministério da Saúde do Brasil, Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), Censo Escolar 2003.

Sites consultados: www.redviva.org ; www.viva.org ; www.redeviva.org.br ; www.unicef.org.br ; www.andi.org.br

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

ONG faz protesto contra o tráfico na Vila Kennedy, no Rio de Janeiro

A praia de Copacabana e o aterro do Flamengo, no Rio, amanheceram com faixas de pedido de segurança। É o movimento da ONG Rio de Paz pela comunidade em defesa dos moradores da Vila Kennedy. Eles dizem que não aguentam mais viver no meio da guerra do tráfico. Os tiroteios entre traficantes de facções criminosas rivais aumentaram nos últimos quatro meses e tem levado pânico às ruas do bairro. g1


quinta-feira, 28 de julho de 2011

Sacrifício de meninas




O problema: sacrifício de meninas

Por centenas de anos, na região conhecida como Volta, em Gana, na África Ocidental, a prática do Trokosi oprime meninas a partir de cinco anos de idade. Elas são as virgens dedicadas aos deuses por meio de rituais sagrados que envolvem a escravidão e o abuso sexual. Uma vez dedicadas aos deuses elas perdem seu nome, o contato com a família, o direito a necessidades tão básicas como roupa ou comida, e passam a ser escravas dos feiticeiros. Elas passam a morar numa espécie de mosteiro, realizam todo o trabalho de lavoura para eles e são usadas por eles para atender aos seus impulsos sexuais. Muitas morrem, muitas ficam grávidas, todas vivem uma vida secreta de incalculável sofrimento.

A solução: erradicação da prática

Rev. Walter Pimpomg, ganense, diretor da IN Network Gana (uma organização social cristã pertencente à IN Network International) estabeleceu um trabalho na região para lutar contra esta prática desde 1987. Como resultado deste trabalho, ele e sua equipe conseguiram influenciar 31 mosteiros da região, o que significa a libertação de mais de 3.500 mulheres e meninas escravas. Com um trabalho sério de defesa de direitos a IN Network conseguiu influenciar o governo ganense para aprovar em junho de 1998 uma lei que criminaliza esta prática.

No entanto, é praticamente impossível garantir a intervenção da polícia na região porque o medo que eles têm da maldição dos feiticeiros é muito grande. Há ainda 2.000 meninas e mulheres em situação de escravidão e mais de 8.000 crianças filhas destas mulheres (fruto das relações sexuais com os feiticeiros) e que vivem a mesma situação desumana que suas mães. IN Network trabalha para erradicar esta prática e também para recuperar e reintegrar estas famílias à sociedade.

terça-feira, 28 de junho de 2011

16 motivos para você orar pelas crianças em risco



1. Porque a oração do justo é poderosa e eficaz (Tg 5.16)

2. Porque Deus tem um cuidado especial para com os pequeninos (Mt 19.13-15)

3. Porque Deus nos dá a responsabilidade de proteger os pequeninos (Mt 18.6)

4. Porque as crianças são cidadãs do reino de Deus (Mc 10.14) e fazem parte da nossa comunidade de fé.

5. Porque as crianças são nossos modelos de espiritualidade (Mt 18. 2-4) e a sociedade está destruindo nossos modelos cada vez mais cedo.

6. Porque quando recebemos uma criança, recebemos o próprio Jesus Cristo (Mc 9.36,37).

7. Porque a religião pura, que Deus aceita, é cuidar dos órfãos e das viúvas, e não se deixar corromper com o mundo (Tg 1.27).

8. Porque a paz entre crianças, adultos e a natureza faz parte dos propósitos eternos de Deus na história (Is 11.6-9)

9. Porque as crianças são as primeiras a sofrer, já que estão em condição especial de desenvolvimento e, por isso, são mais vulnerabilidades.

10. Porque muitas crianças sofrem com a pobreza. Segundo o IBGE, 44,7% das crianças e adolescentes brasileiras de até 17 anos viviam, em 2008, com uma renda familiar per capita de meio salário mínimo e 18,5% de ¼ de salário mínimo.

11. Porque as crianças e os adolescentes são as maiores vítimas da violência. Estima-se entre 500 milhões e 1,5 bilhão o número de crianças submetidas anualmente à violência.

12. Porque proteger as crianças é proteger a sociedade.

13. Porque quando oramos pelas crianças também estamos denunciando a injustiça no mundo e, com o cântico dos recém-nascidos, silenciamos os inimigos de Deus (Sl 8.2).

14. Porque se as crianças se perderem na infância será mais difícil resgatá-las quando adultas.

15. Porque quando oramos por outros nos tornamos mais sensíveis a sua causa.

16. Porque temos a chance de participar de um grande mutirão de oração pelas crianças em risco, que gera unidade e comunhão. E isso só acontece uma vez por ano (no primeiro fim de semana de junho).

Participe do 16º Mutirão de Oração Por Crianças e Adolescentes em Vulnerabilidade Social. Começa na próxima sexta (dia 03) e vai até domingo (dia 05).fonte revistas mãos dadas

quinta-feira, 16 de junho de 2011

PAZ EM VILA KENNEDY

“Olho para os montes, de onde me virá o socorro?”(Sl,121:1)

Houve um tempo em que olhar para os montes era sinônimo de paz. Olhar as matas verdejantes, olhar para a criação e filosofar sobre a salvação que o Senhor pode trazer. Infelizmente os cariocas não têm podido dizer este texto da mesma forma. Os morros do Rio são vitimados pelo mal, onde o medo de invasões, de tiroteios e ocupações tem feito cada cidadão de bem olhar com desconfiança, como que procurando invasores, bandidos, ou policiais em busca destes.

O texto sagrado continua assim: “O meu socorro vem do Senhor, que fez os céus e a terra.”(Sl.121:2) Como que numa revelação da soberana vontade de Deus, o salmista declara que, mesmo olhando para os montes, não crê vir de lá seu auxilio, sua ajuda. Mas dá ao Senhor a fé para ser livre das adversidades.
Parece algo utópico dizer isso, mas é a mais pura realidade, tanto vivenciada pelo salmista, quanto por quem busca ao Senhor ainda hoje!

O Rio precisa de políticas públicas que transformem favelas ocupadas por milícias, ou tráfico, em bairros onde a dignidade impere.

O Rio precisa da notoriedade não nas páginas policiais, mas voltar a ser conhecido como terra de belezas naturais e povo feliz.
O Rio precisa, acima de tudo isso, entender que seu socorro não virá das ocupações de UPP’s, nem de projetos sociais que impedem o regresso do banditismo.
O Rio precisa de Jesus, Suas mãos, Sua Graça salvadora, que transforma o interior do homem, fazendo o maldito gente de bem.
O Rio precisa voltar a olhar para os montes sem medo!

Igreja: clama ao seu Senhor para que o socorro venha sem demora!

Wendel Bernardes

sexta-feira, 8 de abril de 2011

quinta-feira, 31 de março de 2011

Caráter: o segredo de quem sabe conduzir a criança


O seu trabalho com crianças e adolescentes consiste em conduzi-los com segurança por uma trilha perigosa rumo a uma vida saudável de alegria, vida em comunidade, convivência familiar em amor, relacionamento pessoal com Deus, além de muita vontade de crescer e conquistar novos espaços.

A jornada
Em termos bíblicos poderíamos dizer que a sua missão é conduzir a criança à “terra prometida”. Talvez você não vá com ela por todo o caminho, mas durante o período concedido a você é sua responsabilidade conduzi-la naquela direção.

O problema é que o caminho não é fácil. Há obstáculos e ciladas. Você sabe que crianças são vulneráveis à maldade, violência, negligência e maus-tratos e outros males que infelizmente as rodeiam. O caminho para a terra da promessa pode ser um deserto com todas as suas ameaças.

Moisés, o homem usado por Deus para conduzir o povo do Egito à Palestina, enfrentou desafio semelhante. Durante os quarenta anos em que esteve à frente do povo de Israel, Moisés teve de lidar com falta de comida, falta de água, rebeliões internas, ataques de inimigos, epidemias, terremotos, para mencionar apenas alguns dos inúmeros perigos da travessia.

A bagagem
Para esse tipo de jornada, é essencial que se levem suprimentos, ferramentas, munições. Imagine-se na trilha, conduzindo as crianças com as quais trabalha. O que você leva na mochila? Imagine que o conteúdo da sua mochila inclua sua visão de mundo, as lições aprendidas com suas experiências passadas, suas habilidades naturais, seus hábitos, suas fraquezas e medos, assim como suas vitórias e conquistas. Ou seja, na sua bagagem você traz os traços de caráter que fazem você ser do jeito que é, que orientam o seu comportamento. Daí a pergunta: o que você carrega consigo é útil, essencial para o sucesso da sua missão? Tudo que não for útil representa peso a mais e pode significar também uma ameaça contra a realização da sua missão.

No dia em que Moisés levou 600 mil homens (além das mulheres e crianças) a saírem do Egito rumo à terra prometida, o que ele trazia em sua bagagem? Qual era o seu segredo? Será que ele tinha se curado do trauma decorrente do fato de ter nascido num mundo mau onde imperava o genocídio, a escravidão e todo tipo de violência contra a sua etnia? O ódio contra a injustiça levara-o a cometer um crime. Matara um egípcio. Continuava impetuoso? Continuava arrogante imaginando que poderia fazer justiça com as próprias mãos? E durante os 40 longos anos afastado do seu povo, sendo um forasteiro em terra estranha, em Midiã, teria abandonado a fé no Deus de seus antepassados?

O segredo
O Moisés do êxodo é um homem diferente daquele hebreu criado como príncipe, de 40 anos antes. Continua a ter um espírito de liderança, mas agora é também cauteloso e dependente de Deus. Continua desejoso de ver a justiça, mas agora se submete à hora certa e à maneira certa de Deus. Ele não está de todo curado, sua autoconfianca talvez tenha sido duramente abalada depois de descobrir que era capaz de cometer um crime! Seu sentimento de insignificância funciona como um cajado para que não tropece novamente. Reclama que não sabe falar bem, e Deus provê para ele um colega, Arão, seu próprio irmão, que agirá como seu porta-voz. Ou seja, Deus não exige dele perfeição, apenas mudanças na direção certa.

Moisés é um exemplo claro do que o Apóstolo Paulo experimentou 13 séculos mais tarde: “Pois quando sou fraco é que sou forte” (2Co 12.10).

As experiências anteriores e a forma como as interpretamos moldam e influenciam nossas respostas aos desafios presentes. Não somos isentos das impressões e atitudes que nos marcaram no passado. Por isto corremos o risco de reagir a uma situação presente de forma inapropriada. Porém, podemos acertar justamente porque tivemos uma experiência anterior que nos orienta hoje a tomar a decisão mais sábia.

Qual é o segredo? É examinar tudo sob a luz divina. É rever as experiências e aprender a lição correta. Nem sempre é necessário jogar fora um jeito de ser. Algumas pecarmos por exagero. É deixar que Deus intervenha na nossa história: reinterpretando o passado, guiando o presente e garantindo o nosso futuro. A transformação do nosso caráter é o grande segredo.

Por amor às crianças, que dependem do nosso bom senso e discernimento para que recebam uma boa influência, precisamos examinar esta bagagem, e com a ajuda de Deus reter o que é bom, administrar com moderação nossas qualidades e jogar fora o que não presta!

Uma comparação descabida?
Comparar nossa realidade com a de Moisés é muita ousadia! Ele foi um dos maiores líderes do povo de Israel de todos os tempos. Sobre ele a Bíblia mesma diz: “Nunca mais se levantou em Israel profeta algum como Moisés, com quem o Senhor houvesse tratado face a face” (Dt 34.10).

A ousadia é proposital. Quem sabe assim você percebe a importância da sua missão na vida do “povinho” que Deus confiou a você e a importância dessa gente miúda na sua formação espiritual. Você não verá o Mar Vermelho abrir-se permitindo a passagem do povo em terra seca, mas abrirá caminhos importantes e até incríveis para as crianças com as quais trabalha. Não gastará quarenta anos com cada criança, talvez sua missão se resuma a alguns anos, mas serão anos intensos e intencionalmente gastos na formação moral e espiritual de cada uma delas. Não terá como guia uma nuvem durante o dia e o fogo durante a noite, mas terá ao seu alcance a qualquer hora o conselho do próprio Deus, na pessoa do Espírito Santo.

O importante é que você será a referência espiritual daquela criança, representará a lei de Deus, por bem ou por mal, para ela, afinal foi você quem a conduziu à terra prometida! Você percebe o privilégio desse chamado? Que grande responsabilidade! (E.G.)
fonte mãos Dadas

quarta-feira, 30 de março de 2011

A lição da pequena Luz Mariana




por Lidia Klava da Silva*

Luz Mariana é uma menina pequena, mas de olhos grandes, cabelos amarelos queimados pelo sol, muito inteligente, inquieta e normalmente com um grande sorriso estampado no rosto. É sempre a primeira a terminar qualquer atividade e está sempre pronta para ajudar os companheirinhos do PEPE. Ela é nossa aluna em Coronel Oviedo, uma cidade a duas horas de Asunción, capital do Paraguai. Luz já entregou sua vida ao Senhor e tem sido uma verdadeira missionária dentro de sua família.

Há duas semanas chegou ao PEPE usando um vestidinho xadrez de algodão que ia até os tornozelos. Só dava para ver as pontas dos dedos na sandália amarrada com elástico, na tentativa de acomodar os pés maiores que o calçado.

A menina estava eufórica:

- Vou comer churrasco. Vou comer churrasco!

A missionária educadora a interrompeu:

- Do que você está falando?

- Ah profe! É o aniversário de mi abuela (avó).

Era um grande acontecimento na família de Luz Mariana: o aniversário da abuela. Tios, primos e filhos da abuela, toda a família se reuniu para festejar o aniversário. O asado (churrasco) foi na casa da avó. As mulheres preparam a sopa paraguaia (um bolo salgado), cozinharam a mandioca e, quando tudo estava pronto, se aproximaram da mesa para almoçar. Os mais afoitos já começaram a se servir. Foi quando Luz Mariana em meio ao burburinho se fez ouvir:

- Ops!

Ela bateu fortemente as mãozinhas, com os dedos cheios de anel de plástico.

- Esperem, esperem um pouco! Antes de comer, devemos agradecer a Deus a vida da abuela.

Todos a olharam surpresos!

- ...E também devemos agradecer a Deus nossa festa e comida gostosa - continuou ela.

O ruído foi diminuindo lentamente, até que se fez silêncio absoluto. Nossa pequena Luz Mariana se equilibrou sobre um banquinho rústico na ponta da mesa e disse com autoridade:

- Agora abaixem a cabeça e fechem os olhos. Eu vou orar e vocês repetem - ordenou ela. E ali aquela grande família, inclusive, abuela, repetiram a oração de gratidão pela bondade de Deus através daquela menina pequenina, franzina, e com os cabelos queimados de sol, mas com um coração novinho e cheio do amor de Deus! Quando terminou de orar, ela disse:

- Eu aprendi no PEPE que a gente sempre deve agradecer a Deus, e vocês precisam lembrar de ser agradecidos.

Quando Luz Mariana terminou de orar, todos tinham os olhos marejados de lágrimas, e a abuela comentou:

- Me sinto envergonhada, que minha neta tão pequena nos tenha que ensinar uma lição tão importante!

Desde este dia a família tem se aproximado da Igreja. Luz Marina é aluna da Escola Bíblica Dominical e chega todos os domingos trazendo um grupo de outras crianças do bairro.

Ore por Luz Mariana, esta pequenina, com os cabelos queimados de sol mas com um grande coração purificado por Jesus. Temos muitas outras “Luz Marianas” que são instrumentos vivos do Senhor!

* Lidia Klava da Silva é executiva do PEPE na América Latina.


O PEPE - Programa de Educação Pré-Escola, é um programa social, educacional, evangelístico e missionário, desenvolvido pelas igrejas evangélicas em apoio às crianças das comunidades de baixa renda ao redor do mundo. O PEPE também é parceiro da Rede Mãos Dadas.fonte da materia: revista mãos Dadas